HISTÓRIA COMPLETA


 

VOLTAR

 

A HISTÓRIA DE UM MUSEU

 


 

 

     O movimento de reavivamento da memória do expedicionário, ligado ao cidadão que foi aos campos de batalha no front italiano,

passou a contar com um espaço luz em março de 1995. Na época, o Prefeito Durval Vasel, por meio do Senhor Balduíno Raulino - presidente da Fundação Cultural - desencadearam o processo de criação da instituição museológica na defesa do patrimônio da FEB.
     Para iniciar os trabalhos, um acervo específico e temático foi adquirido do Sr. Luiz Channe, de Curitiba [PR], especialista e colecionador do material das guerras que ocorreram no transcorrer do século XX. Além disso, a esse acervo juntou-se o que havia nas famílias remanescentes dos veteranos de guerra, conhecidos por Febianos.
     Iniciado o movimento cultural no ano de 1995, um memorial museológico foi organizado e montado num nicho temático no Museu Municipal “Emílio da Silva”, na sede do armazém ferroviário, localizado na Avenida Getúlio Vargas, atual Centro Histórico e sede da Biblioteca Pública “Rui Barbosa”. 
     Dando sequência ao processo de valorização da história dos Pracinhas de Guerra, em 1996 o Prefeito Durval Vasel revitalizou e adaptou a antiga rodoviária, inaugurada em 29 outubro de 1944, transformando-a num espaço museal, onde foi exposto uma coleção de objetos e indumentárias das duas grandes guerras que assolaram a história da humanidade no século XX.
     Nessa primeira fase, a instituição museológica recebeu o nome de Museu do Expedicionário, uma referência clara à missão e ao propósito: a  difusão do legado cultural dos participantes e integrantes da Força Expedicionária Brasileira.
     Com o advento da administração do prefeito Geraldo Werninghaus, no ano de 1997, o Museu do Expedicionário e o Museu Municipal “Emílio da Silva” encerraram sua atividades, pois os espaços receberam novos destinos e aproveitamentos.  Porém, nessa proposta estava assegurado o aproveitamento de uma das edificações públicas do governo de Jaraguá e o polêmico assunto, na época ventilou o seu uso para a finalidade museológica  do prédio da antiga Prefeitura da cidade.
     Em 2001, após longo processo de maturação e prolongadas discussões envolvendo influentes pessoas e formadores de opiniões, o prefeito Irineu Pasold confirmou as instalações dos dois museus - Emílio da Silva e Expedicionário - no prédio histórico inaugurado em 1941 para ser a Prefeitura do município, na Praça Angelo Piazera.
     A Fundação Cultural, na época através de seus gestores Sílvio Celeste Bard e depois Sidnei Marcelo Lopes, fortaleceram políticas públicas de incentivo para efetivar o programa de governo municipal, que dinamizou a história e o patrimônio do município por meio de museus.
     Em 19 de novembro de 2001, às 19 horas,  iniciava o ato solene da entrega da revitalização do prédio e as instalações museológicas, esboçados pela técnica em museologia, Alcioni Macedo Canuto. A museóloga recriou  um cenário de memória e identidade da cidade, que foi muito festejado  por todos  na ocasião.
     Dessa forma, o movimento Febiano também estava integrado ao espaço de reflexão e de memória, pois uma sala temática do Expedicionário foi elaborada, museograficamente,  com a participação do corpo docente e alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNERJ [atual Católica].
     Durante a existência da sala temática no Museu Histórico “Emílio da Silva”, a mesma apresentava uma museografia contemporânea, com várias propostas de reflexões focadas nas duas guerras mundiais, com destaque às coleções de  objetos e indumentárias que revelavam os indicadores dos horrores que marcaram a história da humanidade, principalmente a ocidental. OutrA diferença era a transversalidade dos eixos temáticos, pois eles nos remetiam  aos  testemunhos materiais e fotográficos, as guerras ocultas presente na família e na sociedade, associadas ao uso de drogas, poluição ambiental, violência contra a mulher, o idoso, a infância e a adolescência,  violência no trânsito, entre outras. Para efetivar a visita guiada, a ação educativa em museus contribuiu significativamente, pois a professora Eliza Ressel Diefenthaler desenvolveu os trabalhos na perspectiva do materialismo histórico-cultural, com ênfase a metodologia presente/passado.

     Considerando a importância desses indicadores elencados anteriormente, o Museu Histórico “Emílio da Silva” e a sala temática do Expedicionário receberam inúmeras excursões e visitas entre os anos de 2001 a 2008, como escolares, pesquisadores, historiadores e cidadãos defensores da história dos expedicionários brasileiros.

     E, em razão do interesse da coletividade, o governo do prefeito Moacir Antonio Bertoldi [2005 a 2008], a então presidente da Fundação Cultural, Natália Lúcia Petri, atendeu as reivindicações da Associação dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira [ANVFEB], núcleo Jaraguá do Sul, para instalar o acervo da sala temática do Expedicionário em uma sala do Centro Histórico [antiga estação ferroviária]. Após inúmeras reuniões e amplos debates envolvendo educadores, políticos, pesquisadores e historiadores, foi construído o viés que culminou com as instalações do Museu do Expedicionário, no dia 10 de dezembro de 2008, quando aconteceu o ato inaugural da segunda etapa do Centro Histórico de Jaraguá do Sul, na Avenida Getúlio Vargas, nº 405.

     Naquela mesma data o prefeito Moacir Bertoldi acatou a sugestão do grupo de idealistas e defensores do patrimônio da FEB para denominar o espaço de "Museu da Paz", instalando em frente a Fundação Cultural uma placa com o novo nome  e assim continuando a história desse memorial à serviço da preservação patrimonial.

     Todavia o movimento Febiano não paralisou suas tratativas de ações reivindicatórias. Assim, após a posse da prefeita Cecilia Konell [2009 a 2012], foi criada a lei municipal nº 5.438, em 10 de dezembro de 2009, a qual confirmou o nome da entidade e definiu que este museu seria subordinado a Fundação Cultural, com o objetivo de apresentar ao público a história da participação do Brasil na Segunda  Guerra Mundial, representado pela Força Expedicionária Brasileira [FEB],  e promover a reflexão de cada pessoa para a construção de uma cultura de paz.

     Nessa fase, a professora de educação infantil, Andreia Cavalheiro Lopes,  respondia institucionalmente pela missão do Museu da Paz. Foi uma fase de difusão e conquistas, como a elaboração do folder e material para a ação educativa, que atraiu o público pelas comunicações expedidas pelo órgão de assessória da prefeitura e da imprensa local rádio e impressos, como jornais e revistas. Entre os dias 13 a 15 de novembro de 2010, o Museu da Paz, conjuntamente com a ANVFEB1, organizaram o 22º Encontro Nacional do Veteranos da FEB, que mobilizou milhares de pessoas para participar do eventono Centro Histórico e na Sociedade Cultural Artística [SCAR].

     Posteriormente, em 2013,  o Museu da Paz foi integrado às ações de controle do Museu Histórico “Emílio da Silva”, sendo Ademir Pfiffer o responsável, juntamente com a equipe de trabalho multidisciplinar.

Museu da Paz ganhou um link no site oficial da prefeitura, no qual foram registradas as visitas guiadas e eventos organizados e participados, como o “Dia do Soldado – construindo uma cultura da paz” e a “Feira de Ciências Defesa Nacional” [Schroeder/SC],  dia 11  de outubro de 2013. 


Portanto, o Museu da Paz [MPZ] continua mantendo vínculo efetivo, mas está evoluindo, buscando sua afirmação como entidade museológica à serviço da construção da plena cidadania e garantia da paz.

Ademir Pfiffer – Historiador